no-borso mais que Barsa
BOTELHO, Adir. [Convulsão]. Rio de Janeiro, RJ: [s.n.], [1988]. |
Billy Dog, um bom garoto, não menos que dez vezes
desenhou suas crenças no decálogo da dessabença
párea das dos-outros desilusões, cultivou bem as suas
compôs, capaz que sempre foi, o próprio esfumaçado
poète maudit — tá ligado? — numa boemia de redomas
fulguroso floripôndio, frondado das iras nele rasteladas
foi cego sob o desalmado lume das lâmpadas de klieg
não que o cresse, não que não se tivesse acrescido ser
também, um bom rapaz, fez feitos, fez roda ao populus
comeu do seu prato nas produções típicas a essa sina
pra, logo depois, sim, é vero, limpar o palato na Palatina
arauto que é da lira divina, elzeviriano como traça-prata
cor-de-platina, como o é também o platonismo plotino
que da troça que laça é tão assaz canalha desabalizado
se lho dizem playba, mas é falso, tão-somente felizardo
dum bom-aparo do papai, semiparente dessa USP toda
embora, aparentemente, tenha sofrido, ou finge bonito
que 'o terceiro mundo' seja tanto quanto um bom título
'ai, que frio, Brasil', quando, Pfeilstorch reverso, Europa
ele nhém que niege sobre a erva-doce porque em Níjar
e se lho dizem playba, revez, chega que chama o choro
da força-da-massa, respeitável-público, com sua playbill
ao berço do braço, em tempos diz: magnífico espetáculo
quando dum martírio ou dois despontam figuras aladas
ou quando ao gravar contribuições de gravidade grácil
sente o extremado peso de quem padece sem fundos
ou poupança, mas cumprimenta o porteiro, no entanto
na morte ameaçada de um deles, até pensa proletário:
'tá, mas só faz lá fora pra ajudar os meninos da coleta'
2023 jun