tudo isso e muito mais sem-capa no cuzinho mais que murcho, mixuruca, do Johnny Rapid
quem que
aguenta
esse cara?
o buço
a fuça
e quem é
esse cara?
e o buço
e essa fuça
a carapaça
decorada da
estrutura óssea
quem será
nesses traços
a foz dessa fossa
essa taça
de tantas
trapaças
e coisas
que coram
e discordam
se destoam
me detestam
e me enojam
essa corja dificílima
e uma corda dessas (corta e empacota o verso-lixo da lepidez micha das minhas moídas rimas, entre moldes, colas e imãs, concorda que o que há e é de dentro não vale o de fora em beleza e impressividade, que não é vade do vale, que só me ouvem de vontade, cheiro-vinagre, de vem, vem, deposite seu corpo no contra-empréstimo de quem te põe moedas na vitrola, de vai, vai, ròla, a que te importa se desde-sempre era bonito mesmo que não soubesse, sofrendo dessa falta o que te oferece a essência, o simbólico que segure os sais nas feridas, se só te ouvimos porque te vemos, por que não, se és belo? não é o dado preço do chamado privilégio de tal coisa, a volição nula do objeto da vontade de se ver, a boca que é corda de amarrar ruídos, sabe-se-lá, quem é que quer saber ou sabe o que queres se o do que vives é dado por nós, que te queremos)
e que quer
esse cara?
quem quer
esse cara?
a quem é que
cabe lhe saber
onde deságuam
os sólidos que são
quem é que ele quer? (há quem me diga, não em verbo, não em voz, que não importa ser dentro o que se é fora, nem a pena, porque se já veem é real, belo, se é visto faz-se, aí fode&ferra, se tá, se se vê, é, se é percebível, se cê para e pá, mas nem sempre, nem em toda senda ou pau-de-sebo, nem no desembesto de toda parcela pseudopoda, se diz, se é que se pode, na facilidade e purifícia dum Pau-d’Água na faceção, nem todo dia, é meio ritualístico, e saber é saber quando não, saber é saber se sim, quando sim, no difícil das exceções)
e quem
aguenta?
não, o pior
é, o pior é,
quem cabe
a ele querer? (se o tempo é item dependente do movimento, como de-certo é assim que o descrevem, tô pra sempre, tô pra sempre, tô parado, querendo um cara hétero, querendo um cara hétero, ainda, que tá de cara, que tá de cara, que tá de cara, ainda, diz-que, mede e me diz)
é? sim (foda-se, cara, foda-se, que onda é essa, que maldita rabeta de bruxa, se saia, cata lá mi’a dracaena, não vinga, nem tem pra que ou como, nem fome, não tem viço acessível sequer acessável, não tem valsa, é o fim, é o fim, é o cristianismo metendo mais-uma e nós a passar o lenço nos beiços suados pensando e pensando, pensando fino, pesando, passando filete, batendo a malha, como açougueiros de peças-quentes, num senfim)
ele é
é-ruim
ele é e ele
pisca pra mim
e quem é que aguenta?
(minha língua solta enquanto a sua liga
minha língua à toa enquanto a sua briga
minha língua lambe e sua língua muda
minha língua dança na sua língua aguda
minha língua muda e a sua a mesma)
sempre é
e o manto comerá nossos corpos
enquanto canto meus cânticos
no de-sobrar dessa nesga
quando no fim quem encara
e quem é que aguenta
o encanto
quando ele para?
2021 janeiro